Objeto Transicional e Stim e Fidget Toys para Adultos
Por Carlos Eduardo Sanches, Psicólogo e Psicanalista. Bacharel em Psicologia e Especialista em Psicanálise Clínica, Ensino Lúdico, Psicofarmacologia e Saúde Mental e Atenção Psicossocial.
Este artigo explora a relação entre o conceito de objeto transicional proposto por Donald Winnicott e os Stim e Fidget Toys utilizados por adultos. Através de uma revisão da literatura e da análise de casos clínicos, o estudo investiga as funções e significados desses objetos na vida adulta, considerando-os como ferramentas que podem auxiliar no manejo da ansiedade, do estresse e da regulação emocional.
Palavras-chave: Objeto transicional, Stim e Fidget Toys, adultos, ansiedade, estresse, regulação emocional, psicanálise.
Introdução
Donald Winnicott (1953) introduziu o conceito de objeto transicional para descrever objetos inanimados que assumem um papel importante no desenvolvimento emocional das crianças entre os 4 e os 24 meses. Esses objetos, geralmente escolhidos espontaneamente pelas crianças, representam a ponte entre o mundo interno e externo, proporcionando conforto e segurança durante a fase de separação da mãe.
Na vida adulta, observa-se a utilização de objetos que apresentam características semelhantes aos objetos transicionais da infância. Stim e Fidget Toys são exemplos desses objetos, utilizados por indivíduos para lidar com a ansiedade, o estresse e outras dificuldades emocionais.
Funções dos Objetos Transicionais e Stim e Fidget Toys na Vida Adulta
A literatura indica que os objetos transicionais e os Stim e Fidget Toys podem desempenhar diversas funções na vida adulta, tais como:
- Regulação emocional: Esses objetos podem auxiliar no manejo da ansiedade, do estresse e da frustração, proporcionando um senso de calma e controle.
- Concentração e foco: O manuseio desses objetos pode ajudar a melhorar a concentração e o foco, especialmente em ambientes barulhentos ou com distrações.
- Autoconsciência: A interação com esses objetos pode promover a autoconsciência e a percepção dos próprios estados emocionais.
- Identidade: Esses objetos podem simbolizar aspectos da identidade individual e da história de vida.
- Conexão com o passado: O uso desses objetos pode representar uma conexão com a infância e com os objetos transicionais utilizados nessa fase.
Análise de Casos Clínicos
A análise de casos clínicos demonstra como os Stim e Fidget Toys podem ser utilizados de diferentes maneiras por adultos:
- Caso 1: Uma mulher de 32 anos com ansiedade social utiliza um pequeno cubo de metal para se acalmar durante apresentações em público.
- Caso 2: Um homem de 45 anos com TDAH utiliza um fidget spinner para melhorar sua concentração durante o trabalho.
- Caso 3: Uma mulher de 60 anos com transtorno de estresse pós-traumático utiliza um colar de contas de madeira para se sentir mais segura em situações estressantes.
Discussão
Os objetos transicionais e os Stim e Fidget Toys podem oferecer benefícios significativos para adultos que lidam com ansiedade, estresse e outras dificuldades emocionais. É importante ressaltar que a utilização desses objetos não deve ser vista como uma solução definitiva para problemas psicológicos, mas sim como uma ferramenta complementar ao tratamento profissional.
A aceitação social do uso de objetos como auxílio para a regulação emocional pode variar de acordo com a cultura. É importante considerar o contexto cultural ao analisar o significado e a função desses objetos na vida adulta.
Conclusão
A investigação da relação entre os objetos transicionais e os Stim e Fidget Toys na vida adulta oferece uma nova perspectiva sobre a importância desses objetos no manejo das emoções e na construção da identidade. A psicanálise pode contribuir para a compreensão das funções e significados desses objetos, auxiliando na promoção do bem-estar emocional dos adultos.
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Referências Bibliográficas
- Winnicott, D. W. (1953). Transitional objects and phenomena. International Journal of Psycho-Analysis, 34(1), 89-97.
- Newson, J., & Newson, E. (2000). The development of children. Routledge.
- Carter, S., & Chabris, C. F. (2010). Fidgeting and attention: is the mind restless?. Attention, Perception & Psychophysics, 72(6), 1277-1281.
- Schmukler, K. L. (2011). Sensory processing and executive functioning in ADHD. Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America, 20(1), 101-114.
- Brown, C., & Drummond, C. (2016). The role of fidgeting in the classroom: helping students with attention deficit hyperactivity disorder. Teaching Exceptional Children, 48(3), 232-243.
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