Comunicação Não Violenta: A Chave para Relações Saudáveis
A comunicação é a base de qualquer relacionamento, seja ele amoroso, familiar ou profissional. No entanto, muitas vezes, nos vemos presos em padrões de linguagem que geram conflitos e distanciamentos. A Comunicação Não Violenta (CNV), desenvolvida por Marshall Rosenberg, surge como uma proposta para transformar esses padrões, promovendo diálogos mais empáticos e conectados. Neste artigo, exploraremos como a CNV pode melhorar os relacionamentos e incluiremos perspectivas psicanalíticas para enriquecer a reflexão.

O que é Comunicação Não Violenta?
A Comunicação Não Violenta é um método que busca estabelecer um diálogo baseado na empatia, compreensão e expressão autêntica. Ela se organiza em quatro passos: Observação, Sentimentos, Necessidades e Pedidos.
A CNV não se limita à técnica, mas promove uma transformação na maneira como nos relacionamos conosco e com os outros.
Perspectiva Psicanalítica sobre a Comunicação
Sob a ótica psicanalítica, a forma como nos comunicamos está profundamente enraizada em nossas vivências inconscientes. Experiências infantis, traumas e/ou mecanismos de defesa influenciam a maneira como expressamos sentimentos e necessidades. Quando nos comunicamos de forma violenta, muitas vezes estamos projetando angústias internas no outro.
Donald Winnicott, um importante teórico psicanalítico, enfatizou a importância do “self verdadeiro” nas relações humanas. Quando usamos a CNV, criamos um espaço onde podemos expressar nosso self verdadeiro, ou seja, nossas emoções e necessidades genuínas, sem medo de rejeição ou crítica. Isso favorece vínculos mais autênticos e saudáveis.
Como Aplicar a Comunicação Não Violenta no Dia a Dia
1. Observar sem jugar
Ao conversar, procure descrever situações sem rotular ou criticar. Por exemplo:
Violento: “Você nunca se importa comigo!”
CNV: “Percebi que ontem você não respondeu minha mensagem.”
2. Identificar os sentimentos
O segundo passo envolve compreender os sentimentos que surgem a partir das suas observações. Para isso, faça uma reflexão interna, reconheça suas emoções e comunique-as de forma clara.
CNV: “Notei que você não respondeu minhas mensagens e percebi que me sinto ignorada.”
3. Identificar e comunicar suas necessidades
Pratique identificar suas necessidades. Isso evita acusações e promove a conexão.
CNV: “Notei que você não respondeu minhas mensagens e percebi que me sinto ignorada. Isso me faz sentir dessa forma porque eu valorizo muito a nossa comunicação.”
4. Faça pedidos, não exigências
Em vez de impor, convide o outro a contribuir. Por exemplo:
Violento: “Você precisa mudar sua atitude!”
CNV: “Você estaria disposto a conversarmos sobre isso para encontrarmos uma solução juntos?”
CNV: Um Caminho para Relações mais Saudáveis
Adotar a CNV exige prática e paciência, mas os resultados podem ser transformadores. Quando associada a uma visão psicanalítica, percebemos como nossas vivências internas influenciam a forma como nos relacionamos. Com isso, ganhamos ferramentas para cultivar conexões mais conscientes e autênticas.
Se você quiser se aprofundar mais em temas como este e aprimorar suas relações interpessoais, explore outros artigos em nosso blog. Estamos comprometidos em ajudá-lo a desenvolver confiança e autonomia em sua jornada. Entre em contato e agende uma consulta conosco.
Referências:
Rosenberg, M. B. (2006). Comunicação Não Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora.
Freud, S. (1923). O ego e o id.
Winnicott, D. W. (1965). O Brincar e a Realidade. Tavistock Publications.
Crédito: Imagem de Freepik
0 comentários